8 carros vendidos no Brasil recebem nota zero nos testes de colisão do Latin NCAP
Os testes de colisão do Latin NCAP continuam a revelar falhas preocupantes em modelos comercializados no Brasil. Embora marcas como a Mitsubishi tenham conseguido avanços significativos, como no caso da L200 Triton, que saltou de uma nota zero em 2019 para cinco estrelas em 2024, muitos veículos ainda deixam a desejar quando o assunto é segurança.
O Latin NCAP avalia a proteção para motoristas, passageiros e pedestres, além de testar a eficácia de sistemas de assistência à segurança. A pontuação varia de zero a cinco estrelas, com notas mais altas indicando maior segurança. No entanto, alguns modelos populares registraram nota zero, expondo falhas graves de segurança.
Como os testes são realizados?
Os testes do Latin NCAP simulam colisões reais usando veículos de produção, avaliando:
- Proteção para adultos e crianças;
- Impactos com pedestres;
- Eficácia de sistemas de auxílio à segurança, como controle eletrônico de estabilidade e frenagem automática.
Os resultados ajudam a identificar modelos que precisam de melhorias e destacam os que oferecem melhor segurança aos consumidores.
Os 8 modelos com pior desempenho nos testes do Latin NCAP
Abaixo, confira os carros que receberam nota zero em segurança nos últimos anos:
1. Citroën C3 Aircross (2024)
- Proteção para adultos: 33%;
- Proteção para crianças: 11%;
- Impacto com pedestres: 50%;
- Auxílio à segurança: redução de 35% dos impactos.
Falhou na proteção ao tórax e não oferece desativação do airbag do passageiro, comprometendo a segurança de crianças.
2. Citroën C3 (2023)
- Proteção para adultos: 31%;
- Proteção para crianças: 12%;
- Impacto com pedestres: 50%;
- Auxílio à segurança: redução de 35% dos impactos.
Apresenta fragilidades estruturais e baixa eficácia nos sistemas de segurança.
3. Jac E-JS1 (2022)
- Proteção para adultos: 0%;
- Proteção para crianças: 6%;
- Impacto com pedestres: 20%;
- Auxílio à segurança: redução de 7% dos impactos.
O elétrico falhou gravemente na proteção ao tórax e apresentou problemas na fixação de cadeirinhas infantis.
4. Renault Duster (2021)
- Proteção para adultos: 29%;
- Proteção para crianças: 23%;
- Impacto com pedestres: 51%;
- Auxílio à segurança: redução de 35% dos impactos.
Embora proteja parcialmente os ocupantes, não resiste bem a impactos severos, incluindo vazamento de combustível.
5. Fiat Argo e Cronos (2021)
- Proteção para adultos: 24%;
- Proteção para crianças: 10%;
- Impacto com pedestres: 37%;
- Auxílio à segurança: redução de 7% dos impactos.
Ambos apresentaram falhas críticas na proteção do tórax e nos sistemas de retenção infantil.
6. Kia Sportage (2021)
- Proteção para adultos: 48%;
- Proteção para crianças: 15%;
- Impacto com pedestres: 58%;
- Auxílio à segurança: redução de 7% dos impactos.
Apesar de uma pontuação melhor para adultos, falhas significativas foram registradas na proteção infantil.
7. Hyundai HB20 (2020)
- Proteção para adultos: 19%;
- Proteção para crianças: 10%;
- Impacto com pedestres: 43%;
- Auxílio à segurança: redução de 14% dos impactos.
Registrou baixa proteção em colisões frontais e laterais.
8. Ford Ka Hatchback e Sedan (2020)
- Proteção para adultos: 34%;
- Proteção para crianças: 9%;
- Impacto com pedestres: 50%;
- Auxílio à segurança: redução de 7% dos impactos.
Os modelos apresentaram falhas estruturais e baixa eficiência em sistemas de retenção.
Impactos para consumidores e fabricantes
Os resultados do Latin NCAP servem como alerta para consumidores e fabricantes, destacando a importância de priorizar a segurança em veículos novos. Para os consumidores, é essencial considerar a pontuação de segurança ao escolher um carro. Para as montadoras, melhorar a proteção oferecida pode evitar quedas de vendas e problemas com regulamentações futuras.
Embora o avanço em segurança seja evidente em modelos como a Mitsubishi L200 Triton, que evoluiu de uma nota zero para cinco estrelas, os dados mostram que muitos veículos populares ainda deixam a desejar. Para consumidores e fabricantes, os testes do Latin NCAP são um lembrete de que segurança deve ser prioridade no setor automotivo.
