CEO da BMW critica proibição de motores a combustão na Europa e questiona sustentabilidade das metas
O CEO da BMW critica a proibição de motores a combustão na Europa, destacando que as metas para 2035 não são mais realistas. Ele alerta sobre o impacto na indústria automotiva e questiona a sustentabilidade dos subsídios para veículos elétricos.
O CEO da BMW, Oliver Zipse, declarou que os planos da União Europeia para proibir a venda de novos veículos com motores a combustão a partir de 2035 não são mais viáveis. Durante sua participação no Salão Automóvel de Paris, Zipse argumentou que essas metas podem levar a uma "redução drástica" da indústria automotiva europeia.
Zipse foi categórico ao afirmar que as metas estabelecidas não são mais realistas, especialmente considerando que os subsídios aos carros elétricos são "insustentáveis" no longo prazo. Segundo ele, a proibição ameaçaria o núcleo da indústria automotiva na Europa e poderia resultar em uma diminuição significativa do setor, com perdas de milhares de empregos.
Os fabricantes de veículos na Europa enfrentam outro desafio: a partir do próximo ano, as metas de emissões de CO2 para veículos novos serão ainda mais rigorosas. Isso exigirá um aumento na venda de carros elétricos, apesar da queda no mercado europeu e da crescente concorrência dos fabricantes chineses, mesmo com as tarifas que serão aplicadas a partir de novembro.
De acordo com a Bloomberg Intelligence (BI), as multas para as montadoras que não cumprirem as novas normas podem chegar a 15 bilhões de euros. Embora a BMW e a Mercedes-Benz estejam em posição de atingir as metas, outras montadoras como Volkswagen, Stellantis e Renault correm o risco de não alcançar os objetivos.
Uma alternativa para evitar multas é a compra de créditos de CO2 de outros fabricantes, como a Tesla. No entanto, Carlos Tavares, CEO da Stellantis, afirmou que a empresa não adotará essa estratégia e seguirá as normas vigentes.