Nissan enfrenta crise global: corte de 9.000 empregos, redução de produção e venda de 10% da Mitsubishi

Nissan enfrenta crise global: corte de 9.000 empregos, redução de produção e venda de 10% da Mitsubishi

A Nissan anunciou uma série de medidas rigorosas para enfrentar o impacto das vendas fracas em mercados cruciais, como China e Estados Unidos. Em resposta ao cenário desafiador, a montadora japonesa cortará 9.000 empregos e reduzirá sua produção global em 20%, visando economizar cerca de US$ 2,6 bilhões neste ano fiscal.

A decisão ocorre em meio à recuperação lenta da empresa desde a saída de Carlos Ghosn em 2018 e do enfraquecimento da parceria com a Renault. O CEO Makoto Uchida revelou que a Nissan subestimou a demanda por veículos híbridos, especialmente nos EUA, onde enfrenta forte concorrência de marcas que já possuem uma linha robusta de modelos eletrificados.

Além disso, a Nissan tem perdido espaço no mercado chinês para fabricantes locais, como a BYD, que oferecem modelos híbridos e elétricos com alta tecnologia e preços competitivos. Como resultado, a Nissan reduziu sua previsão de lucro anual em 70%, agora estimada em 150 bilhões de ienes (cerca de US$ 975 milhões).

Para reforçar a confiança dos investidores e lidar com a crise, Uchida e outros membros do comitê executivo aceitaram reduções salariais. Entre as ações planejadas, a Nissan também pretende acelerar o desenvolvimento de novos veículos, reduzindo o tempo de criação para 30 meses e buscando fortalecer colaborações com a Renault e a Mitsubishi Motors.

A montadora também planeja vender 10% de sua participação na Mitsubishi Motors, o que pode gerar cerca de US$ 445 milhões. Com a produção ajustada, a Nissan deve reduzir a capacidade de suas 25 fábricas globais, ajustando turnos e velocidade das linhas.

As vendas globais da Nissan caíram 3,8% no primeiro semestre do ano fiscal, somando 1,59 milhão de veículos, com uma queda acentuada de 14,3% na China e um recuo de quase 3% nos EUA. Juntos, esses dois mercados representam quase metade das vendas globais da empresa, refletindo os desafios atuais das montadoras japonesas na China, onde a Honda também enfrentou uma queda de 15% no lucro operacional no segundo trimestre.

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