Novembro registra o melhor mês do ano em vendas de carros novos no Brasil, com média de 12.674 unidades diárias
O mercado automotivo brasileiro registrou em novembro de 2024 o melhor desempenho do ano em vendas de carros novos, atingindo uma média diária de 12.674 unidades. O número representa um crescimento de 16,9% em relação a outubro, que havia alcançado uma média de 10.843 emplacamentos por dia. A performance positiva impulsionou as previsões para o fechamento do ano, com projeções de 2,5 milhões de veículos vendidos, entre leves e pesados, segundo a consultoria Bright. A Fenabrave acredita que o total possa ser ainda maior.
Vendas diretas: o motor do mercado
Nos 11 primeiros meses de 2024, as vendas diretas representaram 51,81% do total de veículos comercializados. Além das locadoras, profissionais liberais com CNPJs ativos têm contribuído significativamente para esse número, aproveitando os descontos oferecidos pelas montadoras nesse segmento.
Outro destaque vai para o estado de Minas Gerais, que respondeu por 24,7% dos emplacamentos graças aos incentivos concedidos a grandes locadoras. Apesar disso, São Paulo ainda lidera com 27,6% de participação no mercado nacional.
Marcas chinesas em queda, mas com projeções de crescimento
As montadoras chinesas, que juntas detinham 6,7% de participação em outubro, caíram para 4,6% em novembro. Concentradas principalmente em veículos elétricos e híbridos, essas marcas enfrentam desafios no mercado de híbridos básicos (semi-híbridos), que têm maior penetração no Brasil. Apesar da queda pontual, a previsão é que elas encerrem 2024 com 7% de participação, podendo alcançar 11% até 2027, crescendo cerca de 1,3 ponto percentual por ano.
Incentivos para híbridos e elétricos
Na cidade de São Paulo, discute-se a ampliação até 2030 da isenção de rodízio e a devolução de 50% do IPVA para proprietários de veículos híbridos, elétricos e a hidrogênio. A medida busca estimular o uso de semi-híbridos, que oferecem uma economia de até 7% no consumo de combustível em uso urbano.
Cenário global conturbado no setor automotivo
Enquanto o mercado brasileiro apresenta sinais de recuperação, o setor automotivo global enfrenta desafios significativos. A renúncia de Carlos Tavares, CEO da Stellantis, é reflexo das tensões enfrentadas pela indústria durante a transição para veículos elétricos (VEs). Greves, fechamento de fábricas e retração nas vendas ilustram as dificuldades:
- Volkswagen enfrentou paralisações em nove fábricas na Alemanha devido à possibilidade de fechamento de três unidades.
- Tesla viu suas vendas na China caírem pelo segundo mês consecutivo, mesmo com subsídios do governo para VEs.
- BYD registrou crescimento quase nulo na China em outubro, apesar de sua dominância no segmento de elétricos.
- LG, fabricante de baterias, pediu subsídios energéticos na União Europeia para competir com empresas chinesas.
Além disso, a transição para veículos elétricos na Alemanha pode levar à perda de 186.000 empregos até 2035, com efeitos colaterais na indústria de autopeças e na cadeia de suprimentos.
Stellantis lidera no Brasil
No Brasil, o Grupo Stellantis segue forte com suas cinco marcas (Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e Ram), que juntas representam 30% das vendas de veículos leves. Fiat continua sendo a líder de mercado, impulsionando o grupo em meio a um panorama global desafiador.
Conclusão: mercado automotivo em transição
Novembro de 2024 mostrou a resiliência do mercado automotivo brasileiro, enquanto o cenário internacional enfrenta desafios. O aumento nas vendas de veículos e as revisões otimistas para o fechamento do ano refletem a força do segmento no país. No entanto, questões como incentivos para veículos híbridos e elétricos e a evolução das marcas chinesas continuam moldando o futuro do setor.