Volkswagen planeja corte de 10% nos salários para economizar R$ 24 bilhões e reduzir custos
A Volkswagen está buscando uma economia de €4 bilhões, equivalente a R$ 24 bilhões, através de um plano que pode incluir cortes salariais de até 10%, entre outras medidas para reduzir custos. A estratégia tem gerado preocupação entre os funcionários, em um cenário de alta inflação e aumento do custo de vida.
De acordo com o jornal alemão Handelsblatt, a montadora está avaliando limitar os bônus de altos cargos, cortar pagamentos adicionais por aniversários de empresa e até mesmo fechar fábricas na Alemanha. Essas ações estão encontrando resistência e levantando debates sobre o impacto nas condições de trabalho.
Desde o início de outubro, a liderança da Volkswagen vem negociando com representantes dos trabalhadores das fábricas alemãs, com o objetivo de encontrar alternativas para reduzir despesas e redefinir a produção de veículos em cada unidade.
As próximas negociações salariais estão agendadas para o dia 30 de outubro, um ponto crucial para discutir o futuro financeiro da empresa e o impacto dessas mudanças nos trabalhadores, conforme relatado pela Reuters.
As dificuldades financeiras da montadora levaram à possibilidade de corte de até 30.000 empregos, com um impacto significativo no departamento de pesquisa e desenvolvimento (P&D), que pode perder entre 4.000 e 6.000 funcionários, reduzindo a equipe praticamente pela metade.
Além disso, em setembro, a Volkswagen encerrou acordos trabalhistas em seis plantas na Alemanha, que garantiam estabilidade até 2029. Esses contratos agora são válidos apenas até 2024, e a empresa busca economizar mais €10 bilhões até 2026, apenas no setor de veículos de passeio.
Se não houver acordo entre a Volkswagen e os sindicatos até junho de 2025, serão retomados os contratos anteriores a 1994, que preveem benefícios como aumentos salariais, bônus natalinos, pagamento adicional para férias e melhores condições para horas extras, mas que também dão à empresa o direito de realizar demissões.